O Blog entra em recesso nesta data, sendo assim, aproveitem o vasto acervo contindo nele. Boas festas de fim de ano a todos e bom carnaval. Voltaremos no mês de Março.
Abraços!
domingo, 16 de novembro de 2008
sábado, 15 de novembro de 2008
Amor quando é amor
Amor quando é amor
É todo bem da vida
É sentir prazer
É também sofrer o bem de querer bem
Eu te amo assim querido
E assim és recebido
Em meu pobre coração
Olha amor
Não quero acabar assim
Olha amor
Você nasceu pra mim
Fica amor
Escuta o lamento meu
Esse amor ainda é teu e meu.
(Niquinho / Othon Russo)
É todo bem da vida
É sentir prazer
É também sofrer o bem de querer bem
Eu te amo assim querido
E assim és recebido
Em meu pobre coração
Olha amor
Não quero acabar assim
Olha amor
Você nasceu pra mim
Fica amor
Escuta o lamento meu
Esse amor ainda é teu e meu.
(Niquinho / Othon Russo)
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Ai Quem Me Dera
Ai quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto, simples e sem fim
E ouvindo o canto, se chorasse tanto
Que do mundo o pranto, se estancasse enfim
Ai quem me dera ver morrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor
Ai quem me dera uma manhã feliz
Ai quem me dera uma estação de amor...
Ahh se as pessoas se tornassem boas
E cantassem moas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais
Ai quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim
Ai quem me dera ouvir um nunca mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E ao fim da espera
Ouvir na primavera
Alguém chamar por mim
Ai quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim
Ai quem me dera ouvir um nunca mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E ao fim da espera
Ouvir na primavera
Alguém chamar por mim.
(Vinicius de Moraes)
Retornasse o canto, simples e sem fim
E ouvindo o canto, se chorasse tanto
Que do mundo o pranto, se estancasse enfim
Ai quem me dera ver morrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor
Ai quem me dera uma manhã feliz
Ai quem me dera uma estação de amor...
Ahh se as pessoas se tornassem boas
E cantassem moas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais
Ai quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim
Ai quem me dera ouvir um nunca mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E ao fim da espera
Ouvir na primavera
Alguém chamar por mim
Ai quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim
Ai quem me dera ouvir um nunca mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E ao fim da espera
Ouvir na primavera
Alguém chamar por mim.
(Vinicius de Moraes)
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sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Adeus Rio
Eu tenho agora que deixar meu Rio
Estou triste só de pensar
Meu coração está vazio
E eu faço tudo para não chorar
Prefiro esconder meu pranto
Eu que te amo tanto, Rio de Janeiro
Mas sinto as lágrimas rolando
Aos poucos inundando o meu rosto inteiro
Adeus, meu Rio lindo!
Adeus, eu já vou indo
E para disfarçar eu rio até chorar
Ninguém há de chorar comigo
Lágrima feliz
Saudade de um amor
Ninguém há de saber
Não digo.
(Jota Júnior)
Estou triste só de pensar
Meu coração está vazio
E eu faço tudo para não chorar
Prefiro esconder meu pranto
Eu que te amo tanto, Rio de Janeiro
Mas sinto as lágrimas rolando
Aos poucos inundando o meu rosto inteiro
Adeus, meu Rio lindo!
Adeus, eu já vou indo
E para disfarçar eu rio até chorar
Ninguém há de chorar comigo
Lágrima feliz
Saudade de um amor
Ninguém há de saber
Não digo.
(Jota Júnior)
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A Favorita
Foi por isto que a escola não saiu
Você era a favorita, por que razão desistiu?
A escola sem você, não saiu, não desfilou
Nosso enredo era tão lindo, sem você tudo acabou
Deixa disso, vem sambar
A moçada está cansada de esperar
Por favor, não vá embora
Madrugada está chegando e você tá perdendo a hora
Este ano você pensa em não sair
Vá levar sua alegria para o morro voltar a sorrir
Já comprei suas sandálias e a baiana de cetim
Quero ver você sambando, não fique tão triste assim
Quero você gastando as sandálias na avenida
Quero ver você sambando na passarela colorida
Fazendo jogo de cena com a ala dos cartolas
E você voltando a ser a favorita da escola
(Francisco Leonardo)
Você era a favorita, por que razão desistiu?
A escola sem você, não saiu, não desfilou
Nosso enredo era tão lindo, sem você tudo acabou
Deixa disso, vem sambar
A moçada está cansada de esperar
Por favor, não vá embora
Madrugada está chegando e você tá perdendo a hora
Este ano você pensa em não sair
Vá levar sua alegria para o morro voltar a sorrir
Já comprei suas sandálias e a baiana de cetim
Quero ver você sambando, não fique tão triste assim
Quero você gastando as sandálias na avenida
Quero ver você sambando na passarela colorida
Fazendo jogo de cena com a ala dos cartolas
E você voltando a ser a favorita da escola
(Francisco Leonardo)
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Nós e o mar
Lá se vai mais um dia assim
E a vontade que não tenha fim
Esse sol
E viver, ver chegar ao fim
Essa onda que cresceu morreu
Aos seus pés
E olhar
Pro céu que é tão bonito
E olhar
Pra esse olhar perdido nesse mar azul
Outra onda nasceu
Calma desceu sorrindo
Lá vem vindo
Lá se vai mais um dia assim
Nossa praia que não tem mais fim
Acabou
Vai subindo uma lua assim
E a camélia que flutua
Nua no céu
(Roberto Menescal)
E a vontade que não tenha fim
Esse sol
E viver, ver chegar ao fim
Essa onda que cresceu morreu
Aos seus pés
E olhar
Pro céu que é tão bonito
E olhar
Pra esse olhar perdido nesse mar azul
Outra onda nasceu
Calma desceu sorrindo
Lá vem vindo
Lá se vai mais um dia assim
Nossa praia que não tem mais fim
Acabou
Vai subindo uma lua assim
E a camélia que flutua
Nua no céu
(Roberto Menescal)
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Me deixe só
Não vou querer mais
Não vou poder mais
Teu olhar na minha vida
A tua calma companhia
Embora te queira tanto amor
Me deixa só
Errada e complicada
Não posso a tua paz
De nada me adianta a tua voz
Me cansa o teu eterno perdão
Embora eu queira tanto o teu peito amigo, amigo
Me deixa só
Errada e complicada
Não imponha tua mão no meu caminho
Eu prefiro amar tua distância
A morrer em outra despedida
A ir morrendo em outra direção
Embora eu queira tanto o teu peito amigo
(Maysa / Roberto Menescal)
Não vou poder mais
Teu olhar na minha vida
A tua calma companhia
Embora te queira tanto amor
Me deixa só
Errada e complicada
Não posso a tua paz
De nada me adianta a tua voz
Me cansa o teu eterno perdão
Embora eu queira tanto o teu peito amigo, amigo
Me deixa só
Errada e complicada
Não imponha tua mão no meu caminho
Eu prefiro amar tua distância
A morrer em outra despedida
A ir morrendo em outra direção
Embora eu queira tanto o teu peito amigo
(Maysa / Roberto Menescal)
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quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Eu
A noite, a dor e eu.
Tento ler o jornal.
Acendo um cigarro.
Que horas são?
Eu ouço os passos eu vou lá ver.
Quero dormir já não posso mais.
Meu Deus será que ele não vêm mais?
Um gosto amargo ficou em mim.
Entre cigarros, fumaça e dor.
A noite chegou ao fim.
E amanheceu.
Esperança vêm, de te ver chegar.
Te te ouvir dizendo: Vim correndo, vim gritando, amor.
Ontem, sim eu vim.
Vim ficar.
(Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle)
Tento ler o jornal.
Acendo um cigarro.
Que horas são?
Eu ouço os passos eu vou lá ver.
Quero dormir já não posso mais.
Meu Deus será que ele não vêm mais?
Um gosto amargo ficou em mim.
Entre cigarros, fumaça e dor.
A noite chegou ao fim.
E amanheceu.
Esperança vêm, de te ver chegar.
Te te ouvir dizendo: Vim correndo, vim gritando, amor.
Ontem, sim eu vim.
Vim ficar.
(Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle)
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Quem quiser encontrar o amor
Quem quiser encontrar o amor
Vai ter que sofrer
Vai ter que chorar
Amor assim não é amor
É sonho e ilusão
Pedindo tantas coisas
Que não são do coração
Quem quiser encontrar o amor
Vai ter que sofrer
Vai ter que chorar
O amor que pede amor
Somente amor há de chegar
Pra gente que acredita
E não se cansa de esperar
Feliz então sorrindo
Minha gente vai cantar
Tristeza vai ter fim
Felicidade vai ficar
Quem quiser encontrar o amor
Vai ter que sofrer
Vai ter que chorar
(Carlos Lyra / Geraldo Vandré)
Vai ter que sofrer
Vai ter que chorar
Amor assim não é amor
É sonho e ilusão
Pedindo tantas coisas
Que não são do coração
Quem quiser encontrar o amor
Vai ter que sofrer
Vai ter que chorar
O amor que pede amor
Somente amor há de chegar
Pra gente que acredita
E não se cansa de esperar
Feliz então sorrindo
Minha gente vai cantar
Tristeza vai ter fim
Felicidade vai ficar
Quem quiser encontrar o amor
Vai ter que sofrer
Vai ter que chorar
(Carlos Lyra / Geraldo Vandré)
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terça-feira, 11 de novembro de 2008
Palavras Perdidas
Ah, ah se eu pudesse falar
Com tanto no coração
Pra receber e pra dar
Ah, quantos silêncios chorei
Quantas verdades que eu sei
A vida me fez calar
Lá no meu mundo, no fundo
Segredos, enredos eu vivo a guardar
Quanta palavra sentida
No rosto traída
Perdida no olhar
Vou, vou pela vida rolar
Com tanto no coração
Pra receber e pra dar
Lá no meu mundo, no fundo
Segredos, enredos eu vivo a guardar
Quanta palavra sentida
No rosto traída
Perdida no olhar
Vou, vou pela vida rolar
Com tanto no coração
Pra receber e pra dar
(Reginaldo Bessa)
Com tanto no coração
Pra receber e pra dar
Ah, quantos silêncios chorei
Quantas verdades que eu sei
A vida me fez calar
Lá no meu mundo, no fundo
Segredos, enredos eu vivo a guardar
Quanta palavra sentida
No rosto traída
Perdida no olhar
Vou, vou pela vida rolar
Com tanto no coração
Pra receber e pra dar
Lá no meu mundo, no fundo
Segredos, enredos eu vivo a guardar
Quanta palavra sentida
No rosto traída
Perdida no olhar
Vou, vou pela vida rolar
Com tanto no coração
Pra receber e pra dar
(Reginaldo Bessa)
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Conselho
Se você me encontrar pelas ruas
Não precisa mudar de calçada
Pense logo que somos estranhos
E que nunca entre nós houve nada
Não precisa baixar a cabeça
Pra não ver os meus olhos nos seus
Passarei por você sem rancor sem lembrar
Que entre nós houve adeus
Nossos sonhos são tão diferentes
Que o remédio é mesmo deixar
Que esse amor se desfaça com o tempo
Sem que seja preciso chorar
Entre nós não há culpa nem mágoa
O destino assim escreveu
Poderemos achar noutros braços
Este amor que entre nós não viveu.
(Denis Brean / O. Guilherme)
Não precisa mudar de calçada
Pense logo que somos estranhos
E que nunca entre nós houve nada
Não precisa baixar a cabeça
Pra não ver os meus olhos nos seus
Passarei por você sem rancor sem lembrar
Que entre nós houve adeus
Nossos sonhos são tão diferentes
Que o remédio é mesmo deixar
Que esse amor se desfaça com o tempo
Sem que seja preciso chorar
Entre nós não há culpa nem mágoa
O destino assim escreveu
Poderemos achar noutros braços
Este amor que entre nós não viveu.
(Denis Brean / O. Guilherme)
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segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Adeus
Adeus, palavra tão corriqueira,
Que diz-se a semana inteira
A alguém que se conhece.
Adeus, logo mais eu telefono,
Eu agora estou com sono
Vou dormir pois amanhece.
Adeus, uma amiga diz à outra,
Vou trocar a minha roupa.
Logo mais eu vou voltar
Mas quando,
Este adeus tem outro gosto
Que só nos causa desgosto
Este adeus você não dá .
(Maysa)
Que diz-se a semana inteira
A alguém que se conhece.
Adeus, logo mais eu telefono,
Eu agora estou com sono
Vou dormir pois amanhece.
Adeus, uma amiga diz à outra,
Vou trocar a minha roupa.
Logo mais eu vou voltar
Mas quando,
Este adeus tem outro gosto
Que só nos causa desgosto
Este adeus você não dá .
(Maysa)
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Demais
Todos acham que eu falo demais
E que eu ando bebendo demais
Que essa vida agitada
Não serve pra nada
Andar por aí
Bar em bar, bar em bar
Dizem até que ando rindo demais
E que eu conto anedotas demais
Que eu não largo o cigarro
E dirijo o meu carro
Correndo, chegando, no mesmo lugar
Ninguém sabe é que isso acontece porque
Vou passar toda a vida esquecendo você
E a razão por que vivo esses dias banais
É porque ando triste, ando triste demais
E é por isso que eu falo demais
É por isso que eu bebo demais
E a razão porque vivo essa vida
Agitada demais
É porque meu amor por você é imenso demais.
(Tom Jobim / Aloysio de Oliveira)
E que eu ando bebendo demais
Que essa vida agitada
Não serve pra nada
Andar por aí
Bar em bar, bar em bar
Dizem até que ando rindo demais
E que eu conto anedotas demais
Que eu não largo o cigarro
E dirijo o meu carro
Correndo, chegando, no mesmo lugar
Ninguém sabe é que isso acontece porque
Vou passar toda a vida esquecendo você
E a razão por que vivo esses dias banais
É porque ando triste, ando triste demais
E é por isso que eu falo demais
É por isso que eu bebo demais
E a razão porque vivo essa vida
Agitada demais
É porque meu amor por você é imenso demais.
(Tom Jobim / Aloysio de Oliveira)
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domingo, 9 de novembro de 2008
Bom Dia Tristeza
Bom dia tristeza
Que tarde tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando
Até meio triste
De estar tanto tempo
Longe de você
Se chegue tristeza
Se sente comigo
Aqui nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar
(Vinicius de Moraes / Adoniran Barbosa)
Que tarde tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando
Até meio triste
De estar tanto tempo
Longe de você
Se chegue tristeza
Se sente comigo
Aqui nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar
(Vinicius de Moraes / Adoniran Barbosa)
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Resposta
Ninguém pode calar dentro em mim
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar quando foi
E como ela veio
E só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim
(Maysa)
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar quando foi
E como ela veio
E só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim
(Maysa)
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sábado, 8 de novembro de 2008
Ouça
Ouça, vá viver
A sua vida com outro bem
Hoje eu já cansei
De pra você não ser ninguém
O passado não foi o bastante
Pra lhe convencer
Que o futuro seria bem grande
Só eu e você
Quando a lembrança
Com você for morar
E bem baixinho
De saudade você chorar
Vai lembrar que um dia existiu
Um alguém que só carinho pediu
E você fez questão de não dar
Fez questão de negar
(Maysa)
A sua vida com outro bem
Hoje eu já cansei
De pra você não ser ninguém
O passado não foi o bastante
Pra lhe convencer
Que o futuro seria bem grande
Só eu e você
Quando a lembrança
Com você for morar
E bem baixinho
De saudade você chorar
Vai lembrar que um dia existiu
Um alguém que só carinho pediu
E você fez questão de não dar
Fez questão de negar
(Maysa)
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Meu mundo caiu
Meu mundo caiu
E me fez ficar assim
Você conseguiu
E agora diz que tem pena de mim
Não sei se me explico bem
Eu nada pedi
Nem a você nem a ninguém
Não fui eu que caí
Sei que você me entendeu
Sei também que não vai se importar
Se meu mundo caiu
Eu que aprenda a levantar
(Maysa)
E me fez ficar assim
Você conseguiu
E agora diz que tem pena de mim
Não sei se me explico bem
Eu nada pedi
Nem a você nem a ninguém
Não fui eu que caí
Sei que você me entendeu
Sei também que não vai se importar
Se meu mundo caiu
Eu que aprenda a levantar
(Maysa)
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sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Tristeza
Tristeza, por favor vai embora
Minha alma que chora
Está vendo o meu fim
Fez do meu coração a sua moradia
Já é demais o meu penar
Quero voltar aquela vida de alegria
Quero de novo cantar
(Niltinho Tristeza / Haroldo Lobo)
Minha alma que chora
Está vendo o meu fim
Fez do meu coração a sua moradia
Já é demais o meu penar
Quero voltar aquela vida de alegria
Quero de novo cantar
(Niltinho Tristeza / Haroldo Lobo)
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Tereza da Praia
Lúcio
Arranjei novo amor
No Leblon
Que corpo bonito
Que pele morena
Que amor de pequena
Amar é tão bom
O Dick
Ela tem
Um nariz levantado
Os olhos verdinhos
Bastante puxados
Cabelo castanho
E uma pinta
So lado
É a minha Tereza
Da praia
Se ela é tua
É minha também
O verão passou
Todo comigo
O inverno pergunta
Com quem
Então vamos
A Tereza
Na praia deixar
Aos beijos do sol
E abraços do mar
Tereza
É da praia
Não é de ninguém
Não pode ser tua
Nem minha também
Tereza
É da praia
(Tom Jobim / Billy Blanco)
Arranjei novo amor
No Leblon
Que corpo bonito
Que pele morena
Que amor de pequena
Amar é tão bom
O Dick
Ela tem
Um nariz levantado
Os olhos verdinhos
Bastante puxados
Cabelo castanho
E uma pinta
So lado
É a minha Tereza
Da praia
Se ela é tua
É minha também
O verão passou
Todo comigo
O inverno pergunta
Com quem
Então vamos
A Tereza
Na praia deixar
Aos beijos do sol
E abraços do mar
Tereza
É da praia
Não é de ninguém
Não pode ser tua
Nem minha também
Tereza
É da praia
(Tom Jobim / Billy Blanco)
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quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Metade
Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...
Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também.
(Ferreira Gullar)
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...
Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.
Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também.
(Ferreira Gullar)
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Cantiga para não morrer
Quando você for se embora
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembra.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
(Ferreira Gullar)
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembra.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
(Ferreira Gullar)
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quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Um Sorriso
Quando
com minhas mãos de labareda
te acendo e em rosa
embaixo
te espetalas
quando
com o meu aceso archote e cego
penetro a noite de tua flor que exala
urina
e mel
que busco eu com toda essa assassina
fúria de macho?
que busco eu
em fogo
aqui embaixo?
senão colher com a repentina
mão do delírio
uma outra flor: a do sorriso
que no alto o teu rosto ilumina?
(Ferreira Gullar)
com minhas mãos de labareda
te acendo e em rosa
embaixo
te espetalas
quando
com o meu aceso archote e cego
penetro a noite de tua flor que exala
urina
e mel
que busco eu com toda essa assassina
fúria de macho?
que busco eu
em fogo
aqui embaixo?
senão colher com a repentina
mão do delírio
uma outra flor: a do sorriso
que no alto o teu rosto ilumina?
(Ferreira Gullar)
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Aprendizado
Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.
Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.
(Ferreira Gullar)
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.
Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão
que a vida só consome
o que a alimenta.
(Ferreira Gullar)
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terça-feira, 4 de novembro de 2008
Último soneto
Já da noite o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito, embalde num macio encosto,
Tento o sono reter!... Já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos, por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
(Álvares de Azevedo)
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito, embalde num macio encosto,
Tento o sono reter!... Já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos, por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
(Álvares de Azevedo)
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O lenço dela
Quando a primeira vez, da minha terra
Deixei as noites de amoroso encanto,
A minha doce amante suspirando
Volveu-me os olhos úmidos de pranto.
Um romance cantou de despedida,
Mas a saudade amortecia o canto!
Lágrimas enxugou nos olhos belos...
E deu-me o lenço que molhava o pranto.
Quantos anos contudo já passaram!
Não olvido porém amor tão santo!
Guardo ainda num cofre perfumado
O lenço dela que molhava o pranto...
Nunca mais a encontrei na minha vida,
Eu contudo, meu Deus, amava-a tanto!
Oh! quando eu morra estendam no meu rosto
O lenço que eu banhei também de pranto!
(Álvares de Azevedo)
Deixei as noites de amoroso encanto,
A minha doce amante suspirando
Volveu-me os olhos úmidos de pranto.
Um romance cantou de despedida,
Mas a saudade amortecia o canto!
Lágrimas enxugou nos olhos belos...
E deu-me o lenço que molhava o pranto.
Quantos anos contudo já passaram!
Não olvido porém amor tão santo!
Guardo ainda num cofre perfumado
O lenço dela que molhava o pranto...
Nunca mais a encontrei na minha vida,
Eu contudo, meu Deus, amava-a tanto!
Oh! quando eu morra estendam no meu rosto
O lenço que eu banhei também de pranto!
(Álvares de Azevedo)
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segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Meu anjo
Meu anjo tem o encanto, a maravilha,
Da espontânea canção dos passarinhos;
Tem os seios tão alvos, tão macios
Como o pêlo sedoso dos arminhos.
Triste de noite na janela a vejo
E de seus lábios o gemido escuto.
É leve a criatura vaporosa
Como a froixa fumaça de um charuto.
Parece até que sobre a fronte angélica
Um anjo lhe depôs coroa e nimbo...
Formosa a vejo assim entre meus sonhos
Mais bela no vapor do meu cachimbo.
como o vinho espanhol, um beijo dela
Entorna ao sangue a luz do paraíso.
Dá morte num desdém, num beijo vida,
E celestes desmaios num sorrizo!
Mas quis a minha sina que seu peito
Não batesse por mim nem um minuto,
E que ela fosse leviana e bela
Como a leve fumaça de um charuto!
(Álvares de Azevedo)
Da espontânea canção dos passarinhos;
Tem os seios tão alvos, tão macios
Como o pêlo sedoso dos arminhos.
Triste de noite na janela a vejo
E de seus lábios o gemido escuto.
É leve a criatura vaporosa
Como a froixa fumaça de um charuto.
Parece até que sobre a fronte angélica
Um anjo lhe depôs coroa e nimbo...
Formosa a vejo assim entre meus sonhos
Mais bela no vapor do meu cachimbo.
como o vinho espanhol, um beijo dela
Entorna ao sangue a luz do paraíso.
Dá morte num desdém, num beijo vida,
E celestes desmaios num sorrizo!
Mas quis a minha sina que seu peito
Não batesse por mim nem um minuto,
E que ela fosse leviana e bela
Como a leve fumaça de um charuto!
(Álvares de Azevedo)
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Meu desejo
Meu desejo? era ser a luva branca
Que essa tua gentil mãozinha aperta:
A camélia que murcha no teu seio,
O anjo que por te ver do céu deserta....
Meu desejo? era ser o sapatinho
Que teu mimoso pé no baile encerra....
A esperança que sonhas no futuro,
As saudades que tens aqui na terra....
Meu desejo? era ser o cortinado
Que não conta os mistérios do teu leito;
Era de teu colar de negra seda
Ser a cruz com que dormes sobre o peito.
Meu desejo? era ser o teu espelho
Que mais bela te vê quando deslaças
Do baile as roupas de escomilha e flores
E mira-te amoroso as nuas graças!
Meu desejo? era ser desse teu leito
De cambraia o lençol, o travesseiro
Com que velas o seio, onde repousas,
Solto o cabelo, o rosto feiticeiro....
Meu desejo? era ser a voz da terra
Que da estrela do céu ouvisse amor!
Ser o amante que sonhas, que desejas
Nas cismas encantadas de languor!
(Álvares de Azevedo)
Que essa tua gentil mãozinha aperta:
A camélia que murcha no teu seio,
O anjo que por te ver do céu deserta....
Meu desejo? era ser o sapatinho
Que teu mimoso pé no baile encerra....
A esperança que sonhas no futuro,
As saudades que tens aqui na terra....
Meu desejo? era ser o cortinado
Que não conta os mistérios do teu leito;
Era de teu colar de negra seda
Ser a cruz com que dormes sobre o peito.
Meu desejo? era ser o teu espelho
Que mais bela te vê quando deslaças
Do baile as roupas de escomilha e flores
E mira-te amoroso as nuas graças!
Meu desejo? era ser desse teu leito
De cambraia o lençol, o travesseiro
Com que velas o seio, onde repousas,
Solto o cabelo, o rosto feiticeiro....
Meu desejo? era ser a voz da terra
Que da estrela do céu ouvisse amor!
Ser o amante que sonhas, que desejas
Nas cismas encantadas de languor!
(Álvares de Azevedo)
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domingo, 2 de novembro de 2008
É ela! É ela! É ela! É ela!
É ela! É ela! - murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou - é ela!
Eu a vi... minha fada aérea e pura -
A minha lavadeira na janela!
Dessas águas-furtadas onde eu moro
Eu a vejo estendendo no telhado
Os vestidos de chita, as saias brancas;
Eu a vejo e suspiro enamorado!
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
Como dormia! Que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa e pura!...
Quase caí na rua desmaiado!
Afastei a janela, entrei medroso...
Palpitava-lhe o seio adormecido...
Fui beijá-la... roubei do seio dela
Um bilhete que estava ali metido...
Oh! de certo... (pensei) é doce página
Onde a alma derramou gentis amores;
São versos dela... que amanhã de certo
Ela me enviará cheios de flores...
Tremi de febre!
Venturosa folha!
Quem pousasse contigo neste seio!
Como Otelo beijando a sua esposa,
Eu beijei-a a tremer de devaneio...
É ela! É ela! - repeti tremendo;
Mas cantou nesse instante uma coruja...
Abri cioso a página secreta...
Oh! Meu Deus! Era um rol de roupa suja!
Mas se Werther morreu por ver Carlota
Dando pão com manteiga às criancinhas
Se achou-a assim mais bela - eu mais te adoro
Sonhando-te a lavar as camizinhas!
É ela! É ela! meu amor, minh'alma,
A Laura, a Beatriz que o céu revela...
É ela! É ela! - murmurei tremendo,
E o eco ao longe suspirou - é ela!
(Álvares de Azevedo)
E o eco ao longe murmurou - é ela!
Eu a vi... minha fada aérea e pura -
A minha lavadeira na janela!
Dessas águas-furtadas onde eu moro
Eu a vejo estendendo no telhado
Os vestidos de chita, as saias brancas;
Eu a vejo e suspiro enamorado!
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
Como dormia! Que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa e pura!...
Quase caí na rua desmaiado!
Afastei a janela, entrei medroso...
Palpitava-lhe o seio adormecido...
Fui beijá-la... roubei do seio dela
Um bilhete que estava ali metido...
Oh! de certo... (pensei) é doce página
Onde a alma derramou gentis amores;
São versos dela... que amanhã de certo
Ela me enviará cheios de flores...
Tremi de febre!
Venturosa folha!
Quem pousasse contigo neste seio!
Como Otelo beijando a sua esposa,
Eu beijei-a a tremer de devaneio...
É ela! É ela! - repeti tremendo;
Mas cantou nesse instante uma coruja...
Abri cioso a página secreta...
Oh! Meu Deus! Era um rol de roupa suja!
Mas se Werther morreu por ver Carlota
Dando pão com manteiga às criancinhas
Se achou-a assim mais bela - eu mais te adoro
Sonhando-te a lavar as camizinhas!
É ela! É ela! meu amor, minh'alma,
A Laura, a Beatriz que o céu revela...
É ela! É ela! - murmurei tremendo,
E o eco ao longe suspirou - é ela!
(Álvares de Azevedo)
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Por que mentias?
Por que mentias leviana e bela?
Se minha face pálida sentias
Queimada pela febre, e minha vida
Tu vias desmaiar, por que mentias?
Acordei da ilusão, a sós morrendo
Sinto na mocidade as agonias.
Por tua causa desespero e morro...
Leviana sem dó, por que mentias?
Sabe Deus se te amei! Sabem as noites
Essa dor que alentei, que tu nutrias!
Sabe esse pobre coração que treme
Que a esperança perdeu por que mentias!
Vê minha palidez- a febre lenta
Esse fogo das pálpebras sombrias...
Pousa a mão no meu peito!
Eu morro! Eu morro!
Leviana sem dó, por que mentias?
(Álvares de Azevedo)
Se minha face pálida sentias
Queimada pela febre, e minha vida
Tu vias desmaiar, por que mentias?
Acordei da ilusão, a sós morrendo
Sinto na mocidade as agonias.
Por tua causa desespero e morro...
Leviana sem dó, por que mentias?
Sabe Deus se te amei! Sabem as noites
Essa dor que alentei, que tu nutrias!
Sabe esse pobre coração que treme
Que a esperança perdeu por que mentias!
Vê minha palidez- a febre lenta
Esse fogo das pálpebras sombrias...
Pousa a mão no meu peito!
Eu morro! Eu morro!
Leviana sem dó, por que mentias?
(Álvares de Azevedo)
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sábado, 1 de novembro de 2008
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
(Fernando Pessoa)
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
(Fernando Pessoa)
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Fresta
Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,
Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado
Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.
(Fernando Pessoa)
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,
Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado
Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.
(Fernando Pessoa)
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