quinta-feira, 31 de julho de 2008

Regra Três

Tantas você fez que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais

Da primeira vez ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa de perdoar

Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai.
Mas deixe a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo que vai chorar



(Vinicius de Moraes / Toquinho)

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo

Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...

É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.



(Vinicius de Moraes)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Deixem-me o sono!

Deixem-me o sono! Sei que é já manhã.
Mas se tão tarde o sono veio,
Quero, desperto, inda sentir a vã
Sensação do seu vago enleio.

Quero, desperto, não me recusar
A estar dormindo ainda,
E, entre a noção irreal de aqui estar,
Ver essa noção finda.

Quero que me não neguem quem não sou
Nem que, debruçado eu
Da varanda por sobre onde não estou,
Nem sequer veja o céu.


(Fernando Pessoa)

De aqui a pouco acaba o dia

De aqui a pouco acaba o dia.
Não fiz nada.
Também, que coisa é que faria?
Fosse a que fosse, estava errada.

De aqui a pouco a noite vem.
Chega em vão
Para quem como eu só tem
Para o contar o coração.

E após a noite e irmos dormir
Torna o dia.
Nada farei senão sentir.
Também que coisa é que faria?


(Fernando Pessoa)

Como é por dentro outra pessoa

Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.


(Fernando Pessoa)

Chove. Que fiz eu da vida?

Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
Triste de quem é assim!

Numa angústia sem remédio
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do que nunca quis ter...

Quem eu pudera ter sido,
Que é dele? Entre ódios pequenos
De mim, 'stou de mim partido.
Se ao menos chovesse menos!



(Fernando Pessoa)

terça-feira, 29 de julho de 2008

Caminho a teu lado mudo

Caminho a teu lado mudo
Sentes-me, vês-me alheado...
Perguntas: Sim... Não... Não sei...
Tenho saudades de tudo...
Até, porque está passado,
Do próprio mal que passei.

Sim, hoje é um dia feliz.
Será, não será, por certo
Num princípio não sei que
Há um sentido que me diz
Que isto - o céu longe e nós perto
É só a sombra do que é...

E lembro-me em meia-amargura
Do passado, do distante, E tudo me é solidão...
Que fui nessa morte escura?
Quem sou neste morto instante?
Não perguntes... Tudo é vão.



(Fernando Pessoa)

Bem, hoje que estou só

Bem, hoje que estou só e posso ver
Com o poder de ver do coração
Quanto não sou, quanto não posso ser,
Quanto se o for, serei em vão,

Hoje, vou confessar, quero sentir-me
Definitivamente ser ninguém,
E de mim mesmo, altivo, demitir-me
Por não ter procedido bem.

Falhei a tudo, mas sem galhardias,
Nada fui, nada ousei e nada fiz,
Nem colhi nas urtigas dos meus dias
A flor de parecer feliz.

Mas fica sempre, porque o pobre é rico
Em qualquer cousa, se procurar bem,
A grande indiferença com que fico.
Escrevo-o para o lembrar bem.



(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Árvore Verde

Árvore verde,
Meu pensamento
Em ti se perde.
Ver é dormir
Neste momento.

Que bom não ser
'Stando acordado!
Também em mim
Enverdecer
Em folhas dado!

Tremulamente
Sentir no corpo
Brisa na alma!
Não ser quem sente,
Mas tem a calma.

Eu tinha um sonho
Que me encantava.
Se a manhã vinha,
Como eu a odiava!

Volvia a noite,
E o sonho a mim.
Era o meu lar,
Minha alma afim.

Depois perdi-o.
Lembro? Quem dera!
Se eu nunca soube
O que ele era.


(Fernando Pessoa)

Meu Pensamento

Meu pensamento é um rio subterrâneo.
Para que terras vai e donde vem?
Não sei... Na noite em que o meu ser o tem
Emerge dele um ruído subitâneo

De origens no Mistério extraviadas
De eu compreendê-las..., misteriosas fontes
Habitando a distância de ermos montes
Onde os momentos são a Deus chegados...

De vez em quando luze em minha mágoa,
Como um farol num mar desconhecido,
Um movimento de correr, perdido
Em mim, um pálido soluço de água...

E eu relembro de tempos mais antigos
Que a minha consciência da ilusão
Águas divinas percorrendo o chão
De verdores uníssonos e amigos,

E a idéia de uma Pátria anterior
A forma consciente do meu ser
Dói-me no que desejo, e vem bater
Como uma onda de encontro à minha dor.

Escuto-o... Ao longe, no meu vago tato
Da minha alma, perdido som incerto,
Como um eterno rio indescoberto,
Mais que a idéia de rio certo e abstrato...

E p'ra onde é que ele vai, que se extravia
Do meu ouvi-lo? A que cavernas desce?
Em que frios de Assombro é que arrefece?
De que névoas soturnas se anuvia?

Não sei... Eu perco-o... E outra vez regressa
A luz e a cor do mundo claro e atual,
E na interior distância do meu Real
Como se a alma acabasse, o rio cessa...



(Fernando Pessoa)

domingo, 27 de julho de 2008

Agora Eu Sei Que Te Amo

Cansei de viver sem motivo
Cansei de viver a chorar
Cansei de andar pela vida
Querendo a mim mesmo enganar
Dizer que você não faz falta
Talvez seja fácil demais
Agora eu sei que te amo
Eu sei, eu sei, eu sei


Me mata de amor
E me prende prá sempre em seus braços
Me deixa te amar
Que eu preciso sentir teus abraços
Me olha nos olhos e diz que eu ainda sou tudo
Porque sem você não existe mais nada em meu mundo

Eu disse que já não te amava
Pensei que eu era feliz
Palavras sem nenhum valor
Você sempre foi o que eu quis
Dizer que você não faz falta
Talvez seja fácil demais
Agora eu sei que te amo
Eu sei, eu sei, eu sei...


(José Augusto / Augusto Cesar)

Amar você

Amar você
O sonho que guardei pra mim
Amar você
A vida foi quem quis assim
Eu te amo, isso eu não sei mais mudar
Amar você
Segredo do meu coração
Amar você
É toda minha ilusão

Eu te amo, faz parte de mim te adorar
Quanto mais o tempo passa
Mais eu quero te encontrar, quero te encontrar
Descobrir na luz da lua teu olhar
Me perder no teu abraço, enfim
É assim que eu sei gostar
Que fazer de mim, se você não voltar

Amar você
O sonho que guardei pra mim
Amar você
A vida foi quem quis assim
Eu te amo, faz parte de mim te adorar
Eu te amo e isso eu não sei mais mudar
Eu te amo e isso eu não sei
Mais mudar.


(Michael Sullivan / Paulo Massadas)

sábado, 26 de julho de 2008

Evidências

Quando eu digo que deixei de te amar
É porque eu te amo
Quando eu digo que não quero mais você
É porque eu te quero
Eu tenho medo de te dar meu coração
E confessar que eu estou em tuas mãos
Mas não posso imaginar o que vai ser de mim
Se eu te perder um dia

Eu me afasto e me defendo de você
Mas depois me entrego
Faço tipo, falo coisas que eu não sou
Mas depois eu nego
Mas a verdade é que eu sou louco por você
E tenho medo de pensar em te perder
Eu preciso aceitar que não dá mais
Pra separar as nossas vidas

E nessa loucura

De dizer que não te quero
Vou negando as aparências

Disfarçando as evidências
Mas pra que viver fingindo
Se eu não posso enganar meu coração

Eu sei que te amo

Chega de mentiras

De negar o meu desejo
Eu te quero mais que tudo

Eu preciso do teu beijo
Eu entrego a minha vida
Pra você fazer o que quiser de mim
Só quero ouvir você dizer que sim

Diz que é verdade, que tem saudade
Que ainda você pensa muito em mim
Diz que é verdade, que tem saudade
Que ainda você quer viver pra mim.


(José Augusto / Paulo Sérgio Valle)

Coisas do Coração

Quantas vezes te falei
Que esse amor é tudo pra nós dois
Eu te quero e sempre vou te amar
Agora e depois

Quanto tempo eu não sei
Não se mede em tempo uma paixão
Mas eu sinto cada dia mais
Você no coração

Quantas coisas entre nós
Foram ditas quase sem falar
De repente um gesto e um olhar
Dizem te amo

E sem nada prometer
Nos amamos sem querer saber
Se é paixão ou se é um grande amor
Tudo que existe em nós

Pode ser amor, pode ser paixão
Pode ter até outra explicação
Só sei que quero ter você
Sempre a meu lado

Pode ser amor, pode ser paixão
Mas seja qual for a explicação
Meu bem, por que querer saber
Coisas do coração?



(Eduardo Lages / Paulo Sérgio Valle)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Amei Tanto

Amei tanto
Que agora nem sei mais chorar

Vivi procurando
Vivi te encontrando
Vivi te perdendo, amor

Ah, coração infeliz até quando?
Para ser feliz
Tu vais morrer de dor

Amei tanto
Que agora nem sei mais chorar

Nunca fui covarde
Mas agora é tarde
É tarde demais, enfim

A solidão é o fim de quem ama
A chama se esvai, a noite cai em mim



(Vinicius de Moraes / Baden Powell)

À Flor da Pele

Não sei quando ou como começou
Só sei que me alucina
Me perdi do fio condutor
Do amor que me domina
E você me usa a seu favor
Igual mulher de esquina
E me leva embora, traidor
Assim que se termina

Mas se você quer
Eu logo vou
Sabendo da rotina
Despencamos sobre o cobertor
Devasso e libertina
Me diz coisas feias e de amor
A luz da lamparina
Me devoro corpo sedutor
Igual fera assassina

E você me arrasta nessa dor
Que aos poucos me arruína
Ando já com meus nervos a flor da pele já morfina
Tenho olheiras fundas e pavor de álcool e nicotina
Minhas noites durmo com pavor
A base de aspirina

Sei que estou secando ao seu dispor
Sei que estou ficando sem valor
Sei que você vai sumir
Eu vou, vou cumprir minha sina



(Clara Nunes / Paulo Cesar Pinheiro / Mauricio Tapajos)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Chorinho de Mágoa

Ele: - Ah, morena cor de mágoa
cor de noite quando tarda
cor de festa, cor de longe
infinita cor da Estrada

Ela: - em você todas as cores
dos sonhos, da madrugada
de um país, de uma cidade
de uma casa abandonada
são as águas de um riacho
onde peixes, passarinhos
por acaso um caminhante
são ramagens meu caminho

Ele: - São as cores da neblina
onde agora moram os anjos
com a morena se encontraram
eram santos, são humanos

Ela: - Cor de mão, desenho, gesto
de quem pede, de quem busca
cor de paz que nunca mais
cor de medo, cor de fuga

Ele: - cor de água quando escorre
cor de amor quando se entrega

Ela: - cor de "nada" do sem jeito
cor de "não" quando se nega

Ele: - Ah, morena cor de mágoa
vim do Norte, vim correndo
bem defronte aos teus olhos
vim sair na beira-mar

Ela: - Eu também perdi meus dias
nesse mar, nessa saudade
te esperava mas não vinhas
vens agora, mas é tarde

Os dois: - Em quadra de lua cheia
fecha o chôro que se acaba
nas três cores do meu mundo
saudade, morena e mágoa



(Edu Lobo / Capinan)

Cantiga de acordar

Foi uma ilusão
Uma insensatez
Há que pôr o chão
Nos pés

Era como um trem
Que anda sem passar
Era um tempo sem
Lugar

Mas
Foi um sonho bom
De sonhar porque
Me sonhava com
Você
E então seu canto veio me acordar

Era uma ilusão
No interior
De uma outra ilusão
Maior

Mas
Você foi pro sol
Noite me envolveu
Num silêncio igual
Ao seu
E então seu canto veio me acordar

Tudo é uma ilusão
Os que estão aqui
Esses não estão
Em si
Do universo, o além
Faunos ou mortais
Vão restar mais nem
Sinais

Tudo o que se vê
É o sonho de algum
Pobre sonhador
Todas as estrelas
Todas as misérias
Todos os desejos
E a canção do meu amor
Tudo o que se viu
Tudo o que se foi

Última ilusão
Amanhece já
Vai-se abrir o chão
Quiçá
A ilusão se esvai
É uma cena só
E a cortina cai
Sem dó
Vai cessar o som
A sessão já foi
Despertar é bom
Mas dói

Pedras vão rolar
Choram serviçais
Vão se espatifar
Vitrais
Tomba o refletor
Ardem camarins
Cai no bastidor
A atriz
Descarrila o trem
O pilar cedeu
Vai morrer meu bem
E eu

Num jardim fugaz
De espirais sem fim
Eu corria atrás
De mim
O homem se distrai
Dorme em boa fé
Sua sombra sai
A pé

Mas
Foi uma ilusão
Uma insensatez
Há que pôr o chão
Nos pés



(Edu Lobo / Chico Buarque)

Beatriz

Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Pra sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida



(Edu Lobo / Chico Buarque)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Ah, o amor...

Me lembro, ah, se me lembro... Eu lembraria
por mil anos ainda o que sofri;
era angústia, era dor, era agonia,
era... meu Deus! Como sobrevivi?

Ainda ouço a tua voz - cruel e fria -
renegar todo o amor que havia em ti,
ou pelo menos, que eu julguei que havia,
até... aquele instante em que te ouvi.

Depois, depois... E só eu sei o quanto
cego e faminto atropelei meus passos,
e quanta vez me vi no próprio espanto;

só eu sei... Mas voltaste... Ah, a mulher...
Ah, o amor... Fecho os olhos, abro os braços!
... Que seja tudo como Deus quiser!




(J. G. de Araújo Jorge)

A uma Dama

Do instante em que vos vi, minha Senhora,
fiquei cativo à vossa formosura,
e nas entranhas dessa noite escura
que é a minha vida - amanheceu a aurora!

Piedade! pois minha alma vos adora
prisioneira em dulcíssima loucura,
e amor eterno nestes versos jura
com essa ternura que em meu peito chora!

Não vos ofenda, pois, o meu carinho,
que os vossos claros olhos, possa tê-los
como luz a guiar o meu caminho...

Foi minha doce predição mirá-los
pois se a amá-los cheguei, tão-só por vê-los
certo, Senhora, hei de morrer, de amá-los!



(J. G. de Araújo Jorge)

terça-feira, 22 de julho de 2008

A um pessimista

Escureces demais tuas visões,
algo de belo e bom ainda há na vida;
nem tudo na existência é uma ferida
a sangrar exaurindo as ilusões.

Certo a vida tem sombras: e as paixões
já mortas, a ternura ressequida,
tudo o que foi amado e que se olvida
é fonte de angustiosas decepções.

Mas por que duvidar, se ainda nos falam
num remoto porvir, embora obscuro,
a esperança que existe e que não vês,

a ternura profunda, o beijo puro,
as carinhosas mãos de mães que embalam
os berços cor-de-rosa dos bebes?



(J. G. de Araújo Jorge)

Isso

Isso
Que acontece com a gente
Acontece sempre com qualquer casal
Isso
Ataca de repente
Não respeita cor, credo ou classe social
Isso, isso

Parecia que não ia acontecer com a gente
Nosso amor era tão firme, forte e diferente

Não vá dizer
Que eu não avisei você
Olha o que vai fazer
Não vá dizer


Não adianta mesmo reclamar
Acreditar que basta apenas se deixar levar

Isso
Que atrapalha nossos planos
Derrubou o muro, invadiu nosso quintal
Isso
Passam-se os anos
Sempre foi assim e será sempre igual
Isso, isso...


(Tony Bellotto)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Saudade de Amar

Saudade
Daquele romance que a gente viveu.
Saudade do instante, em que eu te encontrei.
Saudade, do imenso desejo que a gente perdeu.
Eu tenho é muita saudade,
Do tempo que amei

Saudade, da força que tinha o meus olhos nos teus
Eu vivo a mercê das lembraças,
Depois desse adeus.

A gente não deve,
Sofrer por amor tanto assim.
Porem, todo amor mesmo breve,
Eu guardo bem dentro de mim.

Saudade, de cada momento que eu lembro de cor.
Só sabe de amor e de saudade,
Quem já ficou só.

Saudade, eu tenho saudade.
Mas não de contigo voltar.
Eu vivo sentindo saudade,
De amar



(Nana Caymmi)

Resposta ao Tempo

Batidas na porta da frente é o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei
Um dia azul de verão, sinto o vento

Há folhas no meu coração é o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei

E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro sozinhos
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inve.........ja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver

No fundo é uma eterna criança
que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder me esquecer



(Aldir Blanc / Cristovão Bastos)

domingo, 20 de julho de 2008

Você não sabe amar

Você não sabe amar, meu bem
Não sabe o que amor
Nunca viveu
Nunca sofreu
E quer saber mais que eu

O nosso amor parou aqui
E foi melhor assim
Você esperava e eu também
Que fosse esse seu fim

O nosso amor não teve, querida
As coisas boas da vida
e foi melhor pra você
E foi também, melhor pra mim



(Dorival Caymmi / Carlos Guinle / Hugo Lima)

Sábado Em Copacabana

Depois de trabalhar toda semana
Meu sabado nao vou disperdiçar
Já fiz o meu programa pra essa noite
E já sei por onde começar

Um bom lugar pra se encontrar Copacabana
Pra passear a beira mar Copacabana
Depois um bar a meia luz Copacabana
Eu esperei por essa noite uma semana

Um bom jantar depois dançar Copacabana
Pra se amar um só lugar Copacabana
A noite passa tão depressa
Mais vou voltar lá pra semana
Se eu encontrar um novo amor Copacabana


(Carlos Guinle/ Dorival Caymmi)

sábado, 19 de julho de 2008

Vitoriosa

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa

Quero sua alegria escandalosa
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender como se goza

Quero toda sua pouca castidade
Quero toda sua louca liberdade
Quero toda essa vontade
De passar dos seus limites
E ir além,
E ir além...

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa



(Ivan Lins)

Lembra de Mim

Lembra de mim
Dos beijos que escrevi nos muros a giz
Os mais bonitos continuam por lá
Documentando que alguém foi feliz

Lembra de mim
Nós dois nas ruas provocando os casais
Amando mais do que o amor é capaz
Perto daqui há tempos atrás

Lembra de mim
A gente sempre se casava ao luar
Depois jogava nossos corpos no mar
Tão naufragados e exaustos de amar

Lembra de mim
Se existe um pouco de prazer em sofrer
Querer te ver talvez eu fosse capaz
Perto daqui ou, tarde demais


(Ivan Lins)

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Tiro Ao Álvaro

De tanto levar
"frechada" do teu olhar
meu peito até
parece sabe o que
"táubua"
de tiro ao "alvaro"
não tem mais
onde furar, não tem mais


De tanto levar
"frechada" do teu olhar
meu peito até
parece sabe o que
"táubua"
de tiro ao "alvaro"
não tem mais
onde furar, não tem mais


Teu olhar mata mais
que bala de carabina
que veneno estricnina
que peixeira de baiano
Teu olhar mata
mais que atropelamento
de "automóver"
mata mais
que bala de "revórver"


(Adoniran Barbosa / Oswaldo Molles)

E daí?

Proibiram que eu te amasse
Poribiram que eu te visse
Proibiram que eu saísse
E perguntasse a alguém por ti
Proibam muito mais
Preguem avisos
Fechem portas
Ponham guisos
Nosso amor perguntará
E daí, e daí

Daí por mais cruel perseguição
Eu continuo a te adorar
Ninguém pode parar meu coração
Que é teu


(Miguel Gustavo)

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sereníssima

Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta o meu desejo
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E você vai logo ver o que acontece

Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas

Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas existem possibilidades,
Tínhamos a idéia mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia

Já passou, já passou - quem sabe outro dia.

Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade.

Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido
Você espera respostas que eu não tenho
Mas não vou brigar por causa disso

Até penso duas vezes se você quiser ficar.

Minha laranjeira verde, porque está tão prateada?
Foi da lua desta noite, do sereno da madrugada
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo.



(Renato Russo)

Metal contra as nuvens

Não sou escravo de ninguém
Ninguém senhor do meu domínio
Sei o que devo defender
E por valor eu tenho
E temo o que agora se desfaz

Viajamos sete léguas
Por entre abismos e florestas
Por Deus nunca me vi tão só
É a própria fé o que destrói
Estes são dias desleais

Eu sou metal
Raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal
Eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal
Sabe-me o sopro do dragão

Reconheço meu pesar
Quando tudo é traição
O que venho encontrar
É a virtude em outras mãos.

Minha terra é a terra que é minha
E sempre será
Minha terra
Tem a lua, tem estrelas
E sempre terá

Quase acreditei na tua promessa
E o que vejo é fome e destruição
Perdi a minha sela e a minha espada
Perdi o meu castelo e minha princesa

Quase acreditei, quase acreditei
E, por honra, se existir verdade
Existem os tolos e existe o ladrão
E há quem se alimente do que é roubo.
Mas vou guardar o meu tesouro
Caso você esteja mentindo.

Olha o sopro do dragão (4x)

É a verdade o que assombra
O descaso que condena
A estupidez o que destrói
Eu vejo tudo que se foi
E o que não existe mais

Tenho os sentidos já dormentes
O corpo quer, a alma entende
Esta é a terra-de-ninguém
Sei que devo resistir
Eu quero a espada em minhas mãos

Eu sou metal - raio, relâmpago e trovão
Eu sou metal: eu sou o ouro em seu brasão
Eu sou metal: me sabe o sopro do dragão

Não me entrego sem lutar
Tenho ainda coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então

Tudo passa
Tudo passará

E nossa história
Não estará
Pelo avesso assim
Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá
Vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora, ahh!
Apenas começamos.


(Renato Russo)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Mãos Atadas

Tenho as mãos atadas ao redor do meu pescoço
Eu queria mesmo era tocar seu corpo
Reprimo meus momentos
Jogo fora os sentimentos e depois?
Depois toco meu corpo eu tenho frio
Sou um louco amargurado e até vazio
E me chamam atenção
Mas eu sou louco é de paixão e você?
Você que me retire desse poço
Eu sei ainda sou moço pra viver
E te ver assim tão crua
A verdade é toda nua
E ninguém vê


Eu tenho as mãos atadas sem ação
E um coração maior que eu para doar
Reprimo meus momentos
Jogo fora os sentimentos sem querer
Eu quero é me livrar
Voar, sumir
Perder não sei, não sei querer
A qualquer hora é sempre agora chora
Quero cantar você
Vou fazer uma canção liberte o meu pensar
Aperte os cintos pra pousar
Agora é hora de dizer muito prazer sorte ou
azar e amar
Simplesmente amar você



(Simone Saback)

Carne e Osso

A alegria do pecado
Às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divina
Me cobrir de humanidade me fascina
E me aproxima do céu


E eu gosto
De estar na terra
Cada vez mais
Minha boca se abre e espera
O direito ainda que profano
Do mundo ser sempre mais humano


Perfeição demais
Me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito insosso
Pra não ser de carne e osso
Pra não ser carne e osso



(Moska / Zélia Duncan)

Eu me acerto

Não pensa mais nada
No final dá tudo certo de algum jeito
Eu me acerto, eu tropeço
E não passo do chão

Pode ir que eu aguento
Eu suporto a colisão
Da verdade na contra-mão
Eu sobrevivo
E atinjo algum ponto
Eu me apronto pro dia seguinte

Escovo os dentes
Abro a porta da frente
Evito a foto sobre a mesa
E ninguém aqui vai notar
Que eu jamais serei a mesma.



(Zélia Duncan)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Eternidade

Se ele é mais que céu
É mais que luz
É mais que amor

Sinto o infinito
Da paz que vem
Nascendo em mim

E sinto, enfim
Que é mais que tudo
É mais que o mundo
Me ensinou

Paz que eu tanto amei, chorando
Não, não se vá
Nossa eternidade
Que sempre sonhei
Nasceu no que sou

Sim, é mais que tudo
É mais que o mundo
Me ensinou


(Luís Chaves / Adylson Godoy)

Sou Sem Paz

Tento em mim seu amor
Nasceu como uma flor cantando bem
E ninguém jamais amou assim
Nunca assim

Sofro sem tudo em mim
É só tristeza e dor
É só você e a felicidade que se foi
Que se foi

Você fugiu de mim
E triste, amor, eu canto assim
É a saudade em mim

Volte então, sou sem paz
Com o seu amor e a felicidade que virá
Que virá


(Adylson Godoy)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Por um amor maior

Vim, eu vim te dizer
Eu vim te lembrar
Que a vida não é só tristeza e dor

É pobre quem tem medo de falar
O mundo que quer
E depois não dá o amor que guardou

Sim, eu vim te dizer
Eu vim te falar
Que o amor pra ser bom
Pra não ser qualquer
Precisa gritar a força que tem
De tudo mudar

Vem, meu amor
Vem, que amar é vencer
Mas amar é também

Gente que vai e vem
Gente que também quer
Ver este mundo melhor

Que o povo é assim
E dá o que tem
É o povo quem faz
A vida maior



(Ruy Guerra / Francis Hime)

Preciso Aprender A Ser Só

Ah, se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor eu não posso viver
E sem nós dois o que resta sou eu
Eu assim tão só
E eu preciso aprender a ser só
Poder dormir sem sentir teu calor
E ver que foi só um sonho e passou

Ah, o amor
Quando é demais ao findar leva a paz
Me entreguei sem pensar
Que a saudade existe e se vem
É tão triste, vê
Meus olhos choram a falta dos teus
Esses olhos que foram tão meus
Por Deus entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor


(Marcos Valle / Paulo Sergio Valle)

domingo, 13 de julho de 2008

Só Tinha De Ser Com Você

É,
Só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você.

É, só tinha de ser com você,
Havia de ser pra você,
Senão era mais uma dor,
Senão não seria o amor,
Aquele que a gente não vê,
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.

É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,
Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.

É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,
Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.
Eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.


(Elis Regina / Tom Jobim)

Consolo Na Praia

Vamos, não chores.
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.




(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 12 de julho de 2008

Sobre Namoros

Ouve:
agora tu não podes mais me deixar.

Porque é só pelo teu corpo
que conheço a medida do meu;

e sem teus olhos, sem teu rosto,
meu próprio espelho se perdeu.

Ouve:
teu lugar não é mais a meu lado.

Porque agora
tu já estás em mim.

E não podes me trair.

Afinal, como seria
ser quem sou (e viver comigo)

se de mim mesmo estivesse separado?
se de mim mesmo fosse temido ou odiado?

Ouve:
eu te amo.

E porque te amo
mais do que alguém imaginaria,

desaprendi todos os meus limites,
e hoje sou pessoa além do que merecia.



(Filipe Couto)


http://asoutraspalavras.blogspot.com/

Sobre Lápis de Cor

Espalho meus lápis de cor pelo chão.

Há tanto tempo
entendo que precisas de espaço...

Mas eu queria
te desenhar um desenho bem bonito

em que eu mesma me fizesse
céu, sol, passarinho, vento, moinho

(ou algo qualquer que te mostrasse
como seria leve minha vida em teu caminho).

Para que tudo fique perfeito,
não me importa usar toda minha caixa,

minhas folhas e borrachas,
porque (além de ti) não desejo nada.

A única coisa que me faz hesitar
é esse medo de o tempo

apagar meu desenho
antes que o queiras olhar.


(Filipe Couto)


http://asoutraspalavras.blogspot.com/

Sobre Vozes

Minha voz
anda tão fraca

(nem chega mais
aos seus ouvidos).

Mas de tanto
não conseguir falar

meus olhos
já aprenderam a suspirar

(agora só falta você ouvir...).



(Filipe Couto)

http://asoutraspalavras.blogspot.com/

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ah, se tu voltasses...

Fico a me repetir, que se voltares
te olharei nos olhos sem tremer
e te direi, vingando a minha mágoa:
- já não te quero mais.

Mantenho assim de pé o orgulho
a esta espera...
...............................................................................

Ah, se tu voltasses!
(Só de pensar, sinto uma angústia, um nó
a me apertar o peito...)
- seria até capaz de ter um infarto
com este coração já tão batido
e que morre por ti, de qualquer jeito.




(J. G. de Araújo Jorge)

Acabou

Guardo a mágoa do fim.

Tudo não acabou como uma sinfonia, num crescendo,
ou um temporal, entre clarões
- (como um gemido dilacerante,
ou um lancinante adeus...).

Na verdade,
não saberíamos mesmo explicar como acabou.

Acabou.



(J. G. de Araújo Jorge)

A semana

Segunda, me inflamo.
Terça, te amo.
Quarta, te vejo.
Quinta, te desejo.
Sexta, te quero.
Sábado, te espero.
Domingo, te sonho.
.............................................................

E quando longe de ti,
só para ti, componho.



(J. G. de Araújo Jorge)

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A flor...

É uma flor perdida entre alvuras e brumas
que eu persigo,
flor obscura nascida em teu corpo de neve e de sol
e escondida de todos, menos do amor...

Encontro-a depois da escalada entre o céu e a queda.
E quando a tenho em meus lábios,
agarrando-me a ti
despenco no abismo.



(J. G. de Araújo Jorge)

A diferença...

E afinal há uma sutil diferença
em nosso amor,
(ninguém o diz...)

Tu, queres ser feliz...
Eu, quero... te fazer feliz!



(J. G. de Araújo Jorge)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Espírito Meu

Ontem não quis acordar
Fiz de tudo para voltar
A sonhar, eu sei que era você
Tão real que até senti
A sua boca me ferir
Mas te perdoei

O espírito meu, beijou o seu
O espírito meu, amou o seu
Então vem pra gente ser feliz

Vai deixando a solidão sair
Encontrei o tempo que perdi
Porque sem você aqui
O meu mundo não sorri pra mim
Eternamente eu vou lembrar
Não adianta nem tentar
Disfarçar

Eu sei que era você
Que seja assim até o fim
Nessa vida de ilusão
Num sonho bom
Eu sei que te encontrei.


(Marcus Menna)

O que te faz voltar

Volta pra mim
Vê que tem motivo e razão
Eu não estou ficando fora de mim

Agora quer perceber
Que não dá pé do teu jeito
E como um dia você tentou
Olha em mim procura o que te faz voltar
E eu não preciso nunca mais me preocupar

É que a esperança ja não dança mais
Sem você aqui
Eu aceito esse teu defeito
De esquecer que gosta de mim
Eu tenho pressa
Que a dor pode voltar
Vem de pressa sem essa pro teu lugar



(Andréa Martins)

terça-feira, 8 de julho de 2008

Nossas Flores

As flores que você mandou
Eu guardei, eu plantei sim
Aonde agora existe amor
Nesse coração

Eu sei que as rosas vão crescer
Com você, vão querer sim
Mas só se você entender
A minha condicao
Te ver cada vez que a lua aparecer

A única condicao
Te ver cada vez que o dia amanhecer
E assim nossas flores vão viver
Tão logo quanto o dia for
Noite vem, preta sem fim
Acende a minha estrela amor
Nessa escuridao

O sono voce me levou
Mas fiquei, muito bem sim
Sonhando acordado eu vou
Na sua direção.



(Marcus Menna)

Sinta Vontade de Ficar

Fique à vontade, meu bem
Sinta vontade de ficar
Não tenha pressa
Quem sabe aqui é seu lugar
Mas se tiver de ida
Vê se não vai assim sem mim
Deixa a dor pra depois
Vamos nos aventurar nesse nosso tempo
Após prantos sem chorar

Fique à vontade, meu bem
Sinta vontade de ficar
Não tenha pressa
Quem sabe aqui é seu lugar
Me mostra tua coragem
Vai leve tudo de mim
Apague os passos da estrada
Tente nem se quer lembrar
Daquele nosso tempo
O qual era tão fácil amar

Diz que quando eu for embora
Sempre vai me procurar
Não que eu não queira
Sempre eu vou te amar
E em cada estação
Em que não puder estar
Levo essa saudade
Enquanto não posso te levar
E no fim desse sufoco
Espero contar com a sorte
Se ela existe,
Que só a morte possa nos separar



(Andréa Martins)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Love in the afternoon

É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais.

Quando eu lhe dizia:
"- Me apaixono todo dia
E é sempre a pessoa errada."
Você sorriu e disse:
"- Eu gosto de você também."

Só que você foi embora cedo demais

Eu continuo aqui,
Com meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
Um dia de chuva, um dia de sol
E o que sinto não sei dizer.

Vai com os anjos! vai em paz.
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez.

É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais

E cedo demais
Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer.

Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano
O verão acabou
Cedo demais.



(Renato Russo)

Os Barcos

Você diz que tudo terminou
Você não quer mais o meu querer
Estamos medindo forças desiguais
Qualquer um pode ver
Que só terminou pra você
São só palavras, texto, ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é amor ficou o seu retrato
Da peça que interpreto, um improviso insensato
Essa saudade eu sei de cor
Sei o caminho dos barcos
E há muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno
É dor, se há, tentava, já não tento
E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor,se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal faço cidade
E insisto que é virtude o que é entulho
Baldio é o meu terreno e meu alarde
Eu vejo você se apaixonando outra vez
Eu fico com a saudade e você com outro alguém
E você diz que tudo terminou
Mas qualquer um pode ver
Só terminou pra você


(Renato Russo)

domingo, 6 de julho de 2008

Do espírito

Sai de mim
Que eu não quero mais saber de você
Esse eu te quero já não me convence mais
E agora já nem me incomoda
Sai de mim, não gosto de ser rejeitado
E agora não tem volta

Eu pego o bonde andando
Você pegou o bonde errado

Sua curiosidade é má
E a ignorância é vizinha da maldade
E só porque eu tenho não pense que é de mim
Que você vai ter e conseguir o que não tem
Só estou aberto a quem sempre foi do bem
E agora estou fechado pra você
Não, não, não venha pra cá, que eu não quero mais saber de você
Não, não, não venha pra cá, que eu não quero mais saber de você
Não, não, não venha pra cá, que eu não quero mais saber de você
Não, não, não venha pra cá, que eu não quero mais saber de você

Não me procura não
Você não vai me achar
Você não consegue entender

Não, não, não venha pra cá, que eu não quero mais saber de você
Não, não, não venha pra cá, que eu não quero mais saber de você
Não, não, não venha pra cá, que eu não quero mais saber de você

Não me procura não
Você não vai me achar


(Renato Russo)

A Fonte

O que há de errado comigo?
Não consigo encontrar abrigo
Meu país é campo inimigo
E você finge que vê, mas não vê

Lave suas mãos que é à sua porta que irão bater
Mas antes você verá seus pequenos filhos
Trazendo novidades.

Quantas crianças foram mortas dessa vez?
Não faça com os outros o que você não quer
Que seja feito com você
Você finge não ver
E isso dá câncer.

Não sei mais do que sou capaz
Esperança, teus lençóis têm cheiro de doença
E veja que da fonte
Sou os quilômetros adiante.

Celebro todo dia
Minha vida e meus amigos
Eu acredito em mim
E continuo limpo.

Você acha que sabe
Mas você não vê que a maldade é prejuízo
O que há de errado comigo?
Eu não sei nada e continuo limpo.

Do lado do cipreste branco
À esquerda da entrada do inferno
Está a fonte do esquecimento:
Vou mais além, não bebo dessa água.
Chego ao lago da memória
Que tem água pura e fresca
E digo aos guardiões da entrada:
- Sou filho da Terra e do Céu
Dai-me de beber,que tenho uma sede sem fim.

Olhe nos meus olhos, sou o homem-tocha
Me tira essa vergonha
Me liberta dessa culpa
Me arranca esse ódio
Me livra desse medo.

Olhe nos meus olhos, sou o homem-tocha
E esta é uma canção de amor,
Esta é uma canção de amor
Esta é uma canção de amor.


(Renato Russo)

sábado, 5 de julho de 2008

Amar é tudo

Meu amor
Eu nem sei te dizer quanta dor
Mesmo a noite não sabia
O que o amor escondia
Minha vida
Que fazer com minh'alma perdida?
Foi um raio de ilusão
Bem no meu coração
E veio com tudo
Dissabor e tudo
Veio com tudo
Dissabor e tudo
Eu sei,
Eu não sei viver sem ela
Assim, um simples talvez me desespera
Ninguém pode querer bem sem ralar
Não há nada o que fazer
Amar é tudo.



(Djavan)

Delírio dos mortais

Rio,
Podem dizer o que quiser
Mas o xodó do povo
É o Rio
Casa do samba e do amor
Do Redentor
Louvado seja o Rio,
Rio
Pra delírio dos mortais
Pedras monumentais
Combinaram aqui
Um encontro colossal
E contorno de beleza igual
Nunca vi
Com esse poder
Outra cidade não há
Não consigo pensar em duas
É muito fácil sentir
A mão de Deus em tudo
Em Copacabana
O Rio bate um bolão
Garotas que passam têm lugar na canção
Tudo está ali
Pra quem sabe o que é bom
Ninguém mais esquece o réveillon
Fevereiro e março
É tempo de carnaval
O Rio que traço
É o lugar natural
Pras coisas do amor
Do jeito que se quer
Tamanho o esplendor da mulher



(Djavan)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Um amor puro

O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo
Tem pra me conceder
São tuas até morrer

E a tua história, eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
É teu e de mais ninguém

Te adoro em tudo, tudo, tudo
Quero mais que tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande estória

Aqui ou noutro lugar
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos
Haverá um céu azul

Um amor puro
Não sabe a força que tem
Meu amor eu juro
Ser teu e de mais ninguém
Um amor puro...



(Djavan)

Se

Você disse que não sabe se não
Mas também não tem certeza que sim
Quer saber?
Quando é assim
Deixa vir do coração
Você sabe que eu só penso em você
Você diz só que vive pensando em mim
Pode ser
Se é assim
Você tem que largar a mão do não
Soltar essa louca, arder de paixão
Não há como doer pra decidir
Só dizer sim ou não
Mas você adora um se...

Eu levo a sério mas você disfarça
Você me diz à beça e eu nessa de horror
E me remete ao frio que vem lá do sul
Insiste em zero a zero e eu quero um a um
Sei lá o que te dá, não quer meu calor
São Jorge por favor me empresta o dragão
Mais fácil aprender japonês em braile
Do que você decidir se dá ou não.




(Djavan)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Um Edifício No Meio Do Mundo

Os meus olhos cheios dágua
Seu mar vazio
Qual é o fio que nos une e nos separa?

Eu quero seu sorriso
No correr da minha hora
E não falta nada pra gente ser feliz agora

Só por você eu dei até o que eu não tive
Há tantos que vivem, sem viver um grande amor
Eu que sonhei por tanto tempo em ser livre
Me prenda em seus braços
É o que eu te peço

Somos um barco no meio da chuva
Um edifício no meio do mundo
Fortes e unidos como a imensidão
Num passeio no meio da rua
Vamos dias e noites afora
Agora podemos ver na escuridão

Só por você eu dei até o que eu não tive
Há tantos que vivem, sem viver um grande amor
Eu que sonhei por tanto tempo em ser livre
Me prenda em seus braços
É o que eu te peço



(Ana Carolina / Jorge Vercilo)

Vai

Espera aí!
Nem vem com essa história
Eu nem quero ouvir
Não dá pra te esquecer agora
Como assim?
'Cê disse que me amava tanto ontem
Eu juro que ouvi

Calma aí!
Que diabo você tá dizendo agora?
Que onda é essa de outro lance pra viver?
Você nem pode tá falando sério...
Vivi pra você
Morri pra você

Pois então vai!
A porta esteve aberta o tempo todo
Sai!
Quem tá lhe segurando?
Você sabe voar


Então tá bom!
É, senta e conta logo tudo devagar
Não minta, não me faça, suportar
Você caindo nesse abismo enorme
Tão fora de mim

Tá legal!
É, e eu faço o quê com a nossa vida genial?
'Cê vai viver pra outra vida e eu fico aqui
Na vida que ficou em minha vida
Tão perto de mim
Tão longe de mim...



(Simone Saback)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Tolerância

Como água no deserto
Procurei seu passo incerto
Pra me aproximar
A tempo

O seu código de guerra
E a certeza que te cerca
Me fazem ficar atento

Não me importa a sua crença
Eu quero a diferença
Que me faz te olhar
De frente

Pra falar de tolerância
E acabar com essa distância
Entre nós dois

Deixa eu te levar
Não há razão e nem motivo
Pra explicar

Que eu te completo
E que você vai me bastar

Tô bem certo de que você vai gostar
Você vai gostar

Como lava no oceano
Um esforço sobre-humano
Pra recomeçar
Do zero

Se pareço ainda estranho
Se não sou do seu rebanho
E ainda assim
Te quero

É que o amor é soberano
E supera todo engano
Sem jamais perder
O elo

E é por isso que te espero
E já sinto a mesma coisa em seu olhar

Deixa eu te levar
Não há razão e nem motivo
Pra explicar

Que eu te completo
E que você vai me bastar, eu sei

Tô bem certo de que você vai gostar
Você vai gostar


(Ana Carolina)

Confesso

Confesso acordei achando tudo indiferente
Verdade acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final

Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz

Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás
Não vou mentir nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais

Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder o vazio é empobrecer

Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais



(Ana Carolina / Totonho Villeroy)

terça-feira, 1 de julho de 2008

Dois

Quando você disse: nunca mais,
Não ligue mais, melhor assim..
Não era bem o que eu queria ouvir
E me disse decidida, saia da minha vida
Que aquilo era loucura, era absurdo
E mais uma vez você ligou
Dias depois, me procurou
Com a voz suave, quase que formal
E disse que não era bem assim
Não necessariamente o fim
De uma coisa tão bonita e casual
De repente as coisas mudam de lugar
E quem perdeu pode ganhar
Teu silêncio preso na minha garganta
E o medo da verdade, ei!
Eu sei que eu, eu queria estar contigo
Mas sei que não, sei que não é permitido
Talvez se nós, se nós tivéssemos fugido
E ouvido a voz desse desconhecido,
O amor, o amor, o amor...

Essa voz que chega devagar, pra perturbar, pra enlouquecer
Dizendo pra eu pular de olhos fechados,
Essa voz que chega a debochar do meu pavor,
Mas ao pular, eu me vejo ganhar asas e voar,
De repente as coisas mudam de lugar
E quem perdeu pode ganhar
Minha amiga, minha namorada
Quando é que eu posso te encontrar



(Paulo Ricardo)

Como Se Fosse a Primeira Vez

Desde que te conheci
Naquelas tardes vendo o sol se pôr
Que eu procuro descobrir
Novas maneiras de cantar o amor

Sempre tantas emoções
Uma aventura que não tem mais fim
Que eu celebro nas canções
Que eu fiz e que você fez pra mim

Te falei de todos os detalhes
Do meu ciúme da minha paixão
Minhas viagens pelos sete mares
Começo de um namoro no portão

Te falei dos beijos no cinema
Foi só por isso que eu corri demais
Com a cabeça cheia de problemas
Além do horizonte encontro a paz

A mesma paz que o seu sorriso
Me traz na hora de dormir
É tudo aquilo que eu preciso
E eu já não posso mais fugir

Te falei dos traumas, almas gemeas
Na hora de se despedir
Falei de sexo, macho e femea
E eu não vou me repetir

E não vou dizer mais nada
Feche os olhos e me beije outra vez
Minha amiga amante amada
O amor faz suas próprias leis
Nos amamos como se fosse a primeira vez



(Paulo Ricardo / Michael Sullivan)

Sonho Lindo

Sonho lindo que se foi
Esperança que esqueci
Foi por medo de perder que eu perdi

Tanto eu tinha pra dizer
Tanta coisa eu calei
Foi por medo de sofrer que sofri

Foi pensando em me guardar
E querendo não querer
Me dizendo pra esquecer
Foi pensando só em mim
Que eu pensei só em você

Foi tentando me afastar
Foi negando o meu amor
Foi por não querer amar que eu amei
Você.



(Carlos Colla)