Dorme, sonho meu,
que eu já cansei de
tanto barco e tanta asa;
já nem sei mais a conta
dos abismos, dos avessos e vazios
que no fim atravessei por nada.
Dorme, sonho meu,
que (sim) a vida é crua;
mas aprendi que assim
é livre a rua, é nova a lua,
e não há mais chuva
para me prender em casa,
com a alma nua, à tua espera.
Dorme, sonho meu,
que sem ti
não há mais medo,
nem desejo, nem segredo;
só certa paz triste
(banhada de vermelho),
e um coração enfim ileso.
(Filipe Couto)
http://asoutraspalavras.blogspot.com/
domingo, 29 de março de 2009
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Um comentário:
Lindo!
Adoro os poemas do Filipe Couto.
:}
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